Quem somos?

Sobre os autores

      Paula Marques Meyer tem 39 anos, nasceu na cidade de Bauru, no interior do estado de São Paulo, Brasil. É engenheira agrônoma, tem doutorado em Ciência Animal e atualmente é Analista Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, onde avalia as pesquisas sobre a produção agropecuária brasileira. Criada na roça, Paula foi estagiar, logo após a formatura de graduação, nos Estados Unidos por um ano e meio. Mais do que alguns conhecimentos sobre mecânica, tem muita curiosidade sobre o assunto.

     Paulo Henrique Mazza Rodrigues tem 43 anos, nasceu na cidade de São José dos Campos, Vale do Paraíba, no interior do estado de São Paulo, Brasil. É medico veterinário, tem doutorado em Ciência Animal, ocasião em que conheceu Paula. Entre uma viagem e outra, é Professor Livre-Docente da Universidade de São Paulo - USP, onde ministra aulas de nutrição e produção animal, bem como de planejamento de experimentos e estatística experimental. Paulo participou do movimento escoteiro por mais de 12 anos, tem alguns conhecimentos de sobrevivência e de orientação por GPS.


As viagens

     Ao se conhecerem, Paula & Paulo passaram a fazer, como qualquer casal com um pouco de espírito aventureiro, pequenas viagens de turismo (até 2.000 km) em um “carro mil”. Visitavam parques nacionais e cidades históricas brasileiras, lugares estes relativamente próximos de casa. Ele, que já fazia pequenas caminhadas de aventura, quando jovem, junto ao movimento escoteiro, a contaminou com o gosto de não saber, a cada novo dia, onde dormir ou o que comer. Ela, que não sabia que já incubava essa doença, mas que até então não havia desenvolvido os sintomas, possui bons conhecimentos de mecânica, adquiridos quando da infância-juventude no campo e na Faculdade de Agronomia.

     A necessidade de realizar viagens mais longas e também de voltar com o carro em condições de uso - enquanto não estão viajando, eles trabalham como pessoas normais - fez com que preferissem os meios de transporte coletivos e terrestres (ônibus e trem). Foi em 2002 que fizeram a primeira grande expedição chamada “As cores dos Andes”. Durante 21 dias, percorreram o Brasil, Bolívia, Peru, Chile e Argentina, utilizando o famoso “Trem da Morte” entre Corumbá (Brasil) e Santa Cruz de La Sierra (Bolívia). Essa viagem propiciou que despertassem maior interesse pela América Latina, ao perceberem sua diversidade cultural e a beleza natural.

     Embora as viagens em transporte terrestre apresentem a vantagem de permitir maior contato com o meio e as pessoas, quando comparada às viagens aéreas, ainda apresentam limitações de mobilidade. Para ilustrar, em certa ocasião, foram esquecidos no meio do nada, pelo motorista do ônibus, após a travessia de uma fronteira entre o México e Belize. A solução para as limitações de mobilidade foi a aquisição de um veículo 4x4 usado (Defender - Land Rover), que aos poucos foi sendo equipado e transformado em casa. Com este veículo, realizaram mais três grandes expedições. A segunda viagem, realizada em 2006, durou 40 dias, em um total percorrido de 12.000 km, sendo 9.000 km por terra e 3.000 km pelos rios amazônicos. Nesta expedição, percorreram os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e Minas Gerais, navegando por grande parte do Rio Madeira e a totalidade do Amazonas, a partir do encontro do Rio Negro com o Solimões. Esta viagem foi chamada de “Expedição Madeira Abaixo”, um trocadilho entre a descida do Rio Madeira e a constatação da destruição da floresta amazônica.

     A terceira viagem, realizada em 2008, foi chamada de Expedição “A Última Era do Gelo nas Trilhas de Charles Darwin” em homenagem ao naturalista inglês que viajou pelas terras frias do sul do continente e que agora, em virtude das descontroladas atividades humanas, estão suscetíveis aos impactos do aquecimento global. Esta durou 53 dias e percorreu o Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, por 19.000 km, quase a metade do perímetro da Terra, que é 40.000 km. Nessa expedição, viajaram pela Patagônia e chegaram a Ushuaia (Argentina), cidade mais austral do continente americano. Também percorreram os 1.000 km de rípio (estrada sem cobertura asfáltica, coberta por cascalho) da cênica “Carretera Austral”, entre vulcões e geleiras, no extremo Sul do Chile.  

      A quarta e última grande expedição, realizada em 2009, foi chamada de “Senderos de Humboldt” em homenagem ao geógrafo e naturalista alemão que percorreu milhares de quilômetros a pé ao estudar América do Sul, ainda no final do século XVIII e início do século XIX. Esta expedição durou 35 dias e percorreu 11.000 km pelo Paraguai, Norte da Argentina, Chile, Bolívia e Peru, além do Brasil. Nela conheceram a região do “Chaco” (Argentina e Paraguai), o deserto do Atacama (Chile), o deserto do Siloli (Sudoeste da Bolívia) e regressaram pela “Estrada do Pacífico”, como é conhecida pelos brasileiros, ou “Carretera Inter-Oceânica”, como é conhecida pelos peruanos. Esta estrada, em início de processo de pavimentação durante a realização desta viagem, permitiu que partissem dos elevados picos andinos, a quase 5.000 metros de altitude, e mergulhassem sobre a vastidão da planície amazônica, a menos de 300 metros acima do nível do mar. Tudo isso em um único dia, ou melhor, durante o dia sob tempestade de granizo nos Andes e parte da noite sob chuvas copiosas na planície Amazônica, cruzando rios de “humor” imprevisível.  

     Outras viagens de média distância foram realizadas, como a “Expedição Chapadas do Brasil” em 2005 (Chapada dos Veadeiros - Goiás e Chapada Diamantina - Bahia, com 6.000 km em 20 dias) e “Expedição Estrada Real” em 2007 (cidades históricas de Minas Gerais, com 3.000 km, sendo 1.200 em estrada de terra, em 15 dias).

     Fora da América do Sul, já mochilaram pela América Central, Europa e África. Agora planejam conhecer melhor o Continente Asiático.